As grandes e médias cidades do País, como Piracicaba, sofrem com as consequências do crescimento desordenado, como aumento de riscos ambientais, falta de infraestrutura na habitação, transporte e equipamentos sociais. Membros de associações de bairros e entidades apontam a falta de planejamento urbano e a necessidade do novo Plano Diretor reverter essa situação.
O presidente da Associação de Moradores do Distrito de Tupi, Carlos José Marco da Silva, enfatiza que a presença de vazios urbanos em Piracicaba é a prova de que a cidade cresceu de forma desordenada. De acordo com ele, não há necessidade de aumentar o perímetro urbano se o município tem condições de crescer onde já existe estrutura. Silva comenta ainda sobre a importância do desenvolvimento sustentável, para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e garantir recursos para as futuras gerações.
O professor Ricardo Conceição Amaral compartilha da opinião de Silva e aponta a degradação ambiental e a violência como consequências preocupantes do crescimento desordenado. “É preciso entender que em médio e longo prazo a ausência de planejamento passa a ser um problema para todos”, afirma Amaral, que também é membro da Associação da Lagoa do Santa Rosa e Meio Ambiente.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel, Papelão e Cortiça de Piracicaba, Francisco Pinto Filho, comenta que basta percorrer alguns bairros, como São Jorge e Novo Horizonte, para observar os problemas causados pelo crescimento desordenado com a expansão de seu perímetro urbano. “A missão do poder público é cumprir o Estatuto da Cidade e pensar na população como um todo e não em interesses econômicos”, acrescenta o representante da sociedade civil no Conselho da Cidade. Ele diz ainda que é preciso ampliar a discussão com a comunidade no que diz respeito às questões urbanas.
Para Carlos Cascadan, membro do Reaja Piracicaba e do Mandato Coletivo, para evitar custos com a implantação de infraestrutura, como saneamento e iluminação, a cidade precisa crescer na sequência de regiões já urbanizadas, evitando espaços vazios e segregação. “A fragmentação da cidade favorece a segregação e a população carente é a mais prejudicada. As periferias ficam em áreas distantes, dificultando a mobilidade”.
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