Os últimos indicadores de mobilidade urbana do município mostram estagnação. O novo estudo do Observatório Cidadão de Piracicaba, disponível aqui, referente ao ano de 2014, retrata um quadro de muita desvantagem para o cidadão, nos quesitos avaliados: ciclovias e ciclofaixas, violência no trânsito, transporte coletivo e frota de veículos.
As políticas do município não sinalizam para qualquer mudança na prioridade dada atualmente ao transporte individual, com graves consequências para a cidade, como tempo perdido em deslocamentos, stress, problemas respiratórios, poluição sonora, emissão de gases do efeito estufa, dentre outros.
“Sem a reversão dessa tendência, os problemas de mobilidade em Piracicaba só tenderão a piorar e com ela a qualidade ambiental e de vida da população”, comenta o professor Roberto Braga, coordenador do laboratório de planejamento municipal da Unesp de Rio Claro e membro do Observatório .
Os dados - Em 2014, o numero de veículos em Piracicaba aumentou 3% em relação ao ano anterior. São 45 automóveis para cada 100 habitantes, proporção acima da média do estado de São Paulo, mas inferior a outras cidades, como Campinas, Sorocaba e Jundiaí. Piracicaba já tem mais de 165 mil carros nas ruas da cidade, de acordo com o Denatran.
O mesmo percentual de crescimento, 3%, foi encontrado para motocicletas e, nesse caso, a quantidade por cem habitantes é 28% superior a do estado de São Paulo e acima também a Campinas, Jundiaí e Sorocaba.
Já o último incremento das ciclovias e ciclofaixas foi em 2012. Desde então, não houve aumento na extensão das áreas demarcadas para o trânsito de bicicletas, que é de apenas 11,6 quilômetros. Nesse quesito, Piracicaba está atrás de municípios da região, como Campinas, Rio Claro e Limeira e bem distante de Sorocaba, que lidera com 115 quilômetros de ciclovias.
Em relação à violência no trânsito entre 2011 e 2014, os acidentes com diferentes tipos de veículo, por mil habitantes ,caíram 27%, Porém, o número de homicídios no trânsito aumentou 15% no mesmo período.
Quanto ao último critério analisado, a tarifa do ônibus, o Observatório constatou queda de 13% no período de 2012 a 2014, considerando a inflação do período. Porém, de 2000 a 2014 houve um aumento de 21%. Também houve queda no uso do passe, no transporte coletivo: 6,8% menos cidadãos utilizaram os ônibus.
Para o professor Roberto Braga , tornar o transporte coletivo mais atrativo requer “além de tarifas mais competitivas, a melhoria na qualidade quanto ao tempo de viagem, acessibilidade, pontualidade, regularidade e frequência do serviço”.
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